A inovação no sistema financeiro brasileiro segue a todo vapor, com o Banco Central liderando a criação do Drex, a moeda digital brasileira. Em fase de testes, o Drex é uma versão digital do real que utiliza tecnologia blockchain, a mesma das criptomoedas, mas com rastreamento completo e controle centralizado. Diferente do Pix, que revolucionou os pagamentos instantâneos, o Drex será utilizado em transações mais complexas, como compra e venda de bens de alto valor, oferecendo novas funcionalidades ao mercado.
O que é o Drex?
O Drex, cujo nome combina Digital, Real, Eletrônico e X (de conexão, lembrando o Pix), não é uma criptomoeda. Ele representa o real em formato digital e dependerá de carteiras digitais, conhecidas como "wallets", para a realização de transações. O diferencial do Drex está no uso de contratos inteligentes, que garantem o cumprimento automático de condições pré-estabelecidas.
Segundo Rodrigoh Henriques, diretor de inovação da Fenasbac, o Drex e o Pix atuarão em complementaridade, trazendo eficiência e redução de custos aos produtos e serviços financeiros. "O Pix na instantaneidade, em garantir que aquele pagamento aconteceu. O Drex em transações complexas, para garantir que as etapas de uma grande compra – como a de um carro – sejam cumpridas", explicou Henriques.
Funcionalidades promissoras
O Drex promete abrir novas possibilidades para o sistema financeiro, incluindo:
Compra e venda de imóveis e veículos: Utilizando contratos inteligentes para automatizar a transferência de valores e bens.
Garantia de empréstimos: Com bens digitalizados como tokens, será possível oferecer uma fração do bem como garantia, possibilitando juros menores.
Remessas internacionais: Enviar dinheiro para o exterior ficará mais barato, eliminando a necessidade de conversão para o dólar, desde que outros países também adotem moedas digitais.
Troca de investimentos: Facilitará transações diretas entre pessoas, incluindo a negociação de frações de títulos.
Apesar das inovações, o Banco Central já indicou que o uso do Drex terá custos, pois estará associado a serviços financeiros que incluem taxas de operação e lucros dos provedores.
Pix: uma história de sucesso
Enquanto o Drex ainda está em testes, o Pix já consolidou seu espaço no Brasil. Desde seu lançamento, em 2020, o sistema de pagamentos instantâneos alcançou números impressionantes. Em 2022, as transações cresceram 107%, chegando a R$ 2,9 bilhões em dezembro. Atualmente, são 133 milhões de usuários e mais de 650 milhões de chaves cadastradas.
O Pix permitiu a inclusão bancária de 71,5 milhões de pessoas e movimenta valores médios de R$ 257 por transação. Além disso, novas funcionalidades estão a caminho: a partir do segundo trimestre de 2024, será possível usar o Pix como débito automático para contas recorrentes, como energia elétrica e plano de saúde.
Um futuro conectado
Com o Drex e o Pix, o Brasil dá passos largos na digitalização de seu sistema financeiro. Enquanto o Pix se consolida como um meio ágil para pagamentos instantâneos, o Drex promete modernizar transações mais robustas, com segurança, rastreabilidade e redução de custos. Juntos, eles representam o futuro da economia digital brasileira, conectando tecnologia e inclusão financeira.
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